5.4.11

4.4.11

vamos de viagem



não te esqueças de nada, está bem?
vamos de viagem. só tu e eu. para longe, onde não há nada que nos perturbe. absolutamente nada. só o mar, o sol, a lua e as nossas mãos dadas. talvez árvores pequeninas lá longe e um cheirinho doce no ar. do resto tratamos nós, não tratamos? dos sorrisos fofinhos e do brilho no olhar, dos cabelos soltos e selvagens, dançantes em noites que a lua se levanta redonda e amarela. dos corpos unidos num abraço profundo, sincero, quente. do entrelaçar dos dedos, dos segredos ao ouvido, do carinho permanente.
oh amor, vamos de viagem! anda, ninguém precisa de saber. já preparei tudo: um mapa feito por mim, com todos os meus sonhos e ambições, com todos os locais perfeitos que sempre rondaram o meu pensamento. e isso basta. a essência está na aventura, na vontade, no desejo. está no palpitar dos nossos corações, fartos desta rotina pesada, da falsidade irritante, da hipocrisia doentia.
assim seremos só nós os dois! achas uma boa ideia, não achas? eu sei. já me tinhas dito, há tanto que sonhámos baixinho com esta fuga tão bem preparada, quando nos abraçamos em silêncio. és tão meu e eu sou tão tua

18.2.11

Vital



As ruas da saudade vão-se estreitando à medida que avanço, descalça, à procura de janelas abertas e de sóis, grandes e radiantes, pregados no estendal de casas com cor e com vida, que levam a melhor, face à monotonia que passa por nós na rua e baixa o rosto.
Os momentos eternizados na rua deixam-se escondidos, não viria a vingança e a maldade para roubar o encanto da nostalgia infinita. Procuro instantes perfeitos e sublimes, como quem os caça, sempre à descoberta, sempre livre e solta.
Espero pela madrugada, para caçar instantes a fim de os eternizar, como as mais belas poesias. Queria eternizar os laços e parar o tempo, como nas fotografias, laços esses que nem sabemos bem para que servem, como se formam, como se desatam e porquê que nos fazem sentir tão plenos.
Espero pela madrugada, enquanto o negro dorme e a verdade anda à solta. Procuro instantes e capto a bondade e serenidade pousada. Pretendo mostrar a todos o porquê de tudo isto. A necessidade enorme de dar importância às coisas mais pequeninas, mais bem guardadas, preenchidas de sonhos e de cores.
É vital ter no coração o mar aberto e vibrante. É vital ter uma lua no bolso, que guarda a magia do olhar. É vital a quietude da alma, o fogo da paixão, a consciência de uma vida. Hoje sei o quanto tudo vale a pena, o quanto as memórias podem ser mais presentes que todos os “agoras” que se sucedem sem parar, o quanto as memórias podem ser eternizadas e suspender o tempo.
E podem chamar-lhe tudo. Chamem-lhe nostalgia, chamem-lhe saudade. Chamem-lhe falta de céu, falta de mar, falta de sol. Chamem-lhe frio, chamem-lhe desconforto. Chamem-lhe distância, chamem-lhe perda. Chamem-lhe força, chamem-lhe honra, chamem-lhe glória.
É a vergonha que nos cega e nos ata. É a penúria que nos mata, que nos impede de agir. Que nos prende. Que nos ofende, só com um olhar. Que nos enche a face de hesitação. Que rasga a dor do corpo e a atira às casas outrora cheias de cor e de vida. É brutal a maldade que enche os nossos dias. É a futilidade que nos torna todos iguais. Que escondem os instantes perfeitos e abertos, à luz da personalidade e da vivacidade.
E a doença acaba com tudo. Acaba com a vontade de sermos nós, de escrevermos a nossa própria história. E o que somos nós se não os protagonistas da nossa vida? Nada. A doença arrasa com o resto, destrói caminhos. Acaba com as rotas, com os destinos, com os planos. Entrega a vida à dependência, à monotonia. Já nada nos prende, nada nos move, nada nos faz agir. Qual força, qual vontade. Já nada é suficiente, já nada é capaz. Já não há verdade, nem história. Só um monte de cenas guardadas algures. Não virá alguém mudar tudo.

17.2.11

o vazio da tua presença


não imaginas nem um bocadinho como tem sido difícil. não imaginas a enorme falta que me fazes. o vazio da tua presença consome-me os dias, meu amor

13.2.11

ainda bem que sei, com todas as certezas que nunca mais te quero na minha vida, por muito mais que o teu olhar me cegue

11fev



passaram-se dois anos desde que te conheci 
puseste a minha vida do avesso e com a maior sinceridade do mundo, digo-te que isso acabou por não ser mau. juro que nunca sofri tanto na minha vida, mas também de digo que voltaria a fazer tudo igual, os meus passos, as primeiras derradeiras palavras, a afinidade crescente, a telepatia marcante (sempre marcante, como nunca poderia deixar de ser), a vergonha delicada, que afinava a vontade de conversas, de sorrisos, de passeios à chuva e ao sol, sempre ingénuos, sempre sinceros, sempre puros, sempre nós. sem nunca haver outra jogada a ser feita. 
a naturalidade do gestos fez o que hoje temos, este amor preciso e necessário. eu sei que talvez hoje não seja o que era há dois anos atrás. mas as pessoas mudam, não é verdade? contigo consegui elevar o meu ego vezes sem conta, assim como também o coloquei no fundo de um poço escuro outras tantas vezes mais... retiro um balanço a isto, a nós, ao que vivemos e noto que apesar de sermos tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo, a verdade é que és indispensável. se algum dia duvidei que não estarias, hoje sei que nunca és capaz de me abandonar. 
seja como for, sejamos nós o que sejamos


confesso que me sinto privilegeada em conhecer algo de ti que mais ninguém tem o prazer de conhecer. és abstracto mas conheço-te os traços de cor,  a lua cheia do teu peito e o mar dançante dos teus olhos. sei saber quando comigo és transparente, sei ver o brilho do teu sorriso e não há nada que me faça mais feliz do que isso


há tantos sonhos que tenho contigo, por concretizar. há tanto de mim que ainda te quero mostrar, meu amor