28.11.10

a precisar de um refúgio



hoje não me sinto bem. o coração treme, a dor ecoa dentro de mim. envolve-me a alma. estou a precisar de um refúgio, algo só meu, quiçá só nosso, quem sabe mágico, para um possível repouso, para uma eterna quietude. hoje ninguém me pode ajudar, só eu. talvez nem possa, não mando no coração. os olhos choram o que a boca não diz, calada. preciso de um refúgio. um sítio escondido do mundo, quente, aconchegante, que me faça sentir em casa e me sorria. 

25.11.10

#3 LETTER TO YOUR PARENTS

tenho-me apercebido apenas que por mais que diga que vos odeie, amar-vos-ei mais do que a mim própria, para sempre. e sim, sei que o sentimento é mútuo. e é só.

#2 LETTER TO YOUR CRUSH



a verdade é que ainda sonho muitas vezes acordada, daí a certeza que a paixão ainda reside por aqui. 
neste momento encho-me de certezas quando digo que o que sinto por ti já nem se trata de paixão. trata-se de amor, da paixão solidificada, construída com o tempo, com as feridas e com o carinho escrito em laços. minto ao dizer que toda a ansiedade se foi, as borboletas na barriga, o morder ao de leve do lábio, o guerrear de dedos quando espero por ti. ainda idealizo sonhos e viagens, mau se eu não o fizesse. o que sinto por ti traduz-se numa viagem de balão. a paixão grande, repleta de ar quente, leve, sonhador, imprevisível e espontâneo. mas as certezas, a cumplicidade, o companheirismo preso à base, a um olhar atento, embora pudesse até nem estar, uma vez que tenho a certeza que o nosso amor fora bem construído. 
sempre tudo com calma, sem pressas. uma continuidade agradável, prazerosa, sentida e vivida como se fosse a última vez. 
claro que sinto saudades de tempos passados, onde a ansiedade nos dominava e explodia num beijo, num entrelaçar de mãos, num abraço apertado. agora tudo mudou. sei que posso estar num fim-do-mundo sozinha, pode toda a gente virar-me as costas menos tu. sei que és capaz de enfrentar a tua própria sombra para sentir que estou bem. 
deixa as coisas tremerem, acontece. sabes que não passa daí, tal como também eu sei. a confiança disfarça-se em desconfiança mas o que sentimos, só nós sabemos. há uma saturação enorme, um acumular gigantesco que sabes que é devastador. mas voltamos sempre. porto de abrigo, amo-te

#1 LETTER TO YOUR BEST FRIEND


às vezes penso se ainda faz muito sentido escrever sobre ti. é estranho as palavras nunca mais acabarem, o sentimento se prolongar e perdurar no tempo. esta carta é para ti e por mais que eu não quisesse que fosse, era inevitável. já foste o tudo e o nada da minha vida e hoje mais do que nunca, percebo o quão importante isso foi. o tudo, por talvez tenhas sido das únicas pessoas a quem eu confiei verdadeiramente a minha vida, lancei-ta para as mãos em sinal de socorro e tu cuidaste muito bem dela. o nada porque a revolta e a dor que nutri por ti, a raiva, o sentimento de "incompreendida" ajudaram-me a sentir hoje o que sinto e a dar-te valor tal como és. 
és completamente diferente de mim no que toca as mais variados aspectos mas aprendi com o tempo a saber-te de cor. percebo-te bem, mesmo sem tu saberes e sem as palavras serem ditas. deves ser talvez das pessoas mais inocentes que conheço e essa tua ingenuidade e inocência nem sempre te podem valer, porque permite a muitos passarem por cima de ti. mas amadureceste. já não és aquela miúda moldável, ganhaste personalidade e raízes com os caminhos que alcançaste e hoje noto em ti talvez uma faceta misteriosa que se tornou o teu maior trunfo, uma vez que te possibilita esconderes-te por detrás dela. 
hoje não fazes parte do meu dia-a-dia, já não há a confiança profunda de tempos passados, mas o que noto e valorizo é o nosso à vontade quando estamos juntas; a facilidade de um abraço e de um elogio, o carinho e um grande respeito, imenso, que aprendemos a formar, a admiração e o orgulho. 
vejo agora que faz sentido continuar a escrever-te. ajuda-me a consciencializar tudo que aconteceu e a adaptar esse tudo ao meu quotidiano. e apesar de muito ter ficado pelo caminho, haverá sempre a eterna cumplicidade, que nos abraça o coração. obrigada 

22.11.10

coração!


ninguém me vai proibir de o ver na primeira fila do cinema!

30 letters

#1 LETTER TO YOUR BEST FRIEND
#2 LETTER TO YOUR CRUSH
#3 LETTER TO YOUR PARENTS
#4 LETTER TO YOUR SIBLING (OR CLOSEST RELATIVE)
#5 LETTER TO YOUR DREAMS
#6 LETTER TO A STRANGER
#7 LETTER TO YOUR EX-BOYFRIEND/GIRLFRIEND/LOVE/CRUSH
#8 LETTER TO YOUR FAVOURITE INTERNET FRIEND
#9 LETTER TO SOMEONE YOU WISH YOU COLD MEET
#10 LETTER TO SOMEONE YOU DON'T TALK AS MUCH AS YOU'DE LIKE TO
#11 LETTER TO A DECEASED PERSON YOU WISH YOU COLD TALK TO
#12 LETTER TO THE PERSON YOU HATE MOST/CAUSED YOU A LOT OF PAIN
#13 LETTER TO SOMEONE YOU WISH COULD FORGIVE YOU
#14 LETTER TO SOMEONE YOU'VE DRIFTED AWAY FROM
#15 LETTER TO THE PERSON YOU MISS THE MOST
#16 LETTER TO SOMEONE THAT'S NOT IN YOUR CITY OR COUNTRY
#17 LETTER TO SOMEONE FROM YOUR CHILDHOOD
#18 LETTER TO THE PERSON YOU WISH YOU COLD BE
#19 LETTER TO SOMEONE THAT PESTER YOUR MINE - GOOD OR BAD
#20 LETTER TO THE ONE THAT BROKE YOUR HEART THE HARDEST
#21 LETTER TO SOMEONE YOU JUDGEG BY THEY FIRST IMPRESSION
#22 LETTER TO SOMEONE YOU WANT TO GIVE A SECOND CHANGE TO
#23 LETTER TO THE LAST PERSON YOU KISSED
#24 LETTER TO THE PERSON THAT GAVE YOUR FAVOURITE MEMORY
#25 LETTER TO THE PERSON YOU KNOW THAT IS GOING THROUGH THE WORST OF TIMES
#26 LETTER TO THE LAST PERSON YOU MADE A PINKY PRIMISE TO
#27 LETTER TO THE FRIENDLIEST PERSON YOU KNEW FOR ONLY ONE DAY
#28 LETTER TO SOMEONE THAT CHANGED YOUR LIFE
#29 LETTER TO THE PERSON THAT YOU WANT TELL EVERTHING TO, BUT TOO AFRAID TO
#30 LETTER TO YOUR REFLECTION IN THE MIRROR

amanhã começo o desafio. desculpem qualquer coisa, tenho andado sem paciência :|

inconstância


um grito que me irrompe no peito, que não se deixa extinguir. um coração ofegante, confuso, marcado por olhares que dizem tanto e depois se esquecem de nós. um abraço apertado, uma profunda observação, sempre incompreendida. um porquê, umas palavras deitadas com sentido sobre a mesa. uma verdade, a medo. um sentimento que se estende por aí, à luz da lua, sobre a praia. um mar que vai e que vem, que apazigua, que normaliza. o nevoeiro

16.11.10

leveza




hoje, sinto-me bem. há uma leveza, uma quietude. uma naturalidade. uma aragem fresca que me envolve o corpo. um sorriso que se vai esboçando, devagar. fazes-me bem. as tuas mãos quentes procurando as minhas. o  teu abraço, mágico. o teu olhar carinhoso. é incrível como me fazes esquecer do resto e me prendes a ti. lembras-te? é como se um fio pequenino, frágil, prendesse os nossos corações, quase a medo. ficaste com metade do meu e eu com uma metade tua. afinal somos um só. é uma pureza instantânea, mas poderosa. está frio lá fora, chove. mas cá dentro nada é assim. aqueceste-me o coração e agradeço-te por isso. 
és um eterno amor que se derrete na boca. és a melhor onda do verão. um arco-íris, perpétuo. és a mudança da rotina, a quebra. trago-te comigo, todos os dias. sei-te as marcas, os gestos, as palavras. o cheiro, o olhar, a fala. amo-te. és metade de mim. és o meu ser. um mundo, um jardim. sou a tua flor. és o meu menino. 

ficas comigo? 
anda, vamos dar a volta ao mundo. só tu e eu. temos tantos planos, tantas histórias. tantos sonhos. vamos, eu sei que ainda vamos ser muito felizes. 

alma




procuro-te. há muito que teimas em ir, como um barco que quebra a maré.
foges da lua, grande e cheia, poderosa. desapareces por de trás do nevoeiro, carregado, que envolve a noite como quem a abraça pela última vez.
sinto-te no quente da minha casa, preso a mim. estarás sempre. uma saudade tão grande, profunda. preso a uma imensidão que ficou. um aroma leve, um olhar que transcende o tempo. levo-te comigo em todas as viagens, percorres o meu coração e deixas-me a magia. o aconchego, a paz. amo-te

14.11.10

13.11.10

dia 22

X - Xadrez




Uma conquista amorosa pode ser um jogo de damas ou uma partida de xadrez. No primeiro caso, é a rapidez que conta; cada parceiro vai marcando tantos mais pontos quantas peças conseguir capturar. A sorte nem sempre protege os audazes, mas quem joga sabe que precisa de arriscar para avançar, ainda que isso implique perder algumas peças pelo caminho. O importante é chegar ao outro lado do tabuleiro e recuperar umas quantas peças para aumentar o poder de cada jogada.
É assim que jogamos até uma certa idade. Depois vêm as dúvidas, os traumas, os medos. O tabuleiro é o mesmo, mas o jogo vai ganhando em densidade e complexidade, o amor deixa de ser um fruto de um processo de conquista e sedução e passa a um nível mais elaborado. Cada peça tem um peso distinto, um valor diferente. Cada rei – e cada rainha – aprende a escudar-se no seu séquito; as torres vigiam, os cavalos lutam, os bispos conspiram, os peões partem em sacrifício.
À medida que amadurecemos, aprendemos a olhar para o amor com mais reservas. Nem sempre conseguimos jogar com mais ponderação, embora ganhemos um maior nível de consciência; uma rainha deve saber que não é uma dama igual a tantas outras no tabuleiro. Deve por isso resguardar-se, estudando cada movimento com calma, sangue-frio e algum sentido de estratégia.
Há mulheres exímias em jogadas de mestre, que conhecem o poder do silêncio, a eficácia do mistério, o alcance da incerteza, que desenvolveram a capacidade de deixar o parceiro sempre um bocadinho na dúvida, como se entre os dois existisse uma corda bamba que ele é obrigado a atravessar todos os dias. São mulheres estrategistas e cautelosas – por natureza ou por treino – que estudam as qualidades e os defeitos do seu pretendente como um examinador rigoroso e elaboram a lista de prós e contras que as espera, para depois decidirem se vale ou não vale a pena deixar a rainha à solta no tabuleiro. Falta-lhes muitas vezes uma grande paixão, alguém por quem já perderam a cabeça, que as fez pensar que perderam tudo.
Quem perde tudo não tem outro remédio senão recomeçar o jogo. Tabuleiro arrumado, cada peça no seu sítio; peões para a primeira linha, cavalos, bispos e torres na linha de protecção até que o rei certo se desenhe no horizonte.
A ironia que atravessa todos os destinos gosta de pôr o rei do outro lado do tabuleiro. Ou então o rei apaixona-se pela rainha alheia e sonha em trocar a sua pela do inimigo.
Bispos, cavalos e torres pouco podem fazer para travar vontades soberanas; um rei reina e uma rainha governa. O rei pode avançar e recuar em todas as direcções e a rainha também, ainda com maior amplitude.
O xadrez é um jogo que também fascina aqueles que não o conseguem jogar. Depois de meia dúzia de jogadas, é normal um jogador desavisado ou preguiçoso partir para a luta como se o tabuleiro estivesse repleto de damas. Há quem não tenha paciência para alimentar estratagemas, quem goste de ganhar e saiba perder, mas que não saiba perder tempo.
No entanto, um grande jogador nunca se precipita; sabe que uma coisa é saber jogar e outra é mexer as peças, e por isso espera o tempo que for preciso até que a rainha olhe para ele. Até ao dia em que ela o escolhe e salta do tabuleiro. 

margarida rebelo pinto in "onde reside o amor"

dia 21

V- Verão 



era impossível deixar-te de parte. és a folia, a loucura, o calor. a liberdade, a paz, a perdição. e agora, ao ver cair a chuva, zangada, que a nostalgia vem ao meu encontro. tenho saudades de todos os Verões que passaram. todos diferentes, mas todos extremamente especiais. a praia - o mar, novas gentes. a felicidade. e é isso

11.11.10

dear john









até a mais bela história de amor pode não ter um final feliz. tenho dito

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‎"descobres que só porque alguém não te ama do jeito que tu queres que ame, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso"

dia 20

U - Universal 


como o amor, a paz, as relações humanas. onde não são precisas línguas, só gestos. gestos esses que todos conhecemos, estivermos nós onde estivermos. que nos fazem esboçar sorrisos permanentes e felicidade no coração. 
a morte, a guerra, a doença. que nos corroem a alma. que nos impedem de levantar. mas mesmo assim haverá sempre alguém para uma possível ajuda. e também não serão precisas palavras. apenas gestos

10.11.10

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deixei de frequentar a psicóloga. estou farta da mesma conversa, a do ânimo, da auto-estima. a verdade é que estou um bocado cansada de tudo isto. hoje visitei este site. não é fácil saber-se da possível e sempre banalizada doença. por mais que digam que não, é uma doença. não é uma impressão psicológica nem muito menos uma desculpa para fazer-se de coitada. e só eu é que sinto o que sinto. e não é fácil. acreditem que é horrível ter de se fazer de forte, de tentar contagiar com a nossa alegria e chegar a casa e ser desolador. é estranha a forma como muitas vezes me sinto, é assustador o que penso, por vezes. é triste o ponto a que muitas vezes chego. de não aguentar mais. enfim

dia 19

T - Telepatia



foi assim como tudo começou. como se um fio pequenino, feito de magia e de cristal prendesse os nossos corações; uma linha fina, delicada, coberta de purpurina azul-mar. tenho saudades das nossas conversas animadas, da tua alegria, do teu bom-humor contagiante, daquela vontade e do encanto. da entrega incondicional, das borboletas no estômago. 
ontem disseste-me que nada nos vai separar, mas penso que ninguém tem de ter mais certezas disso senão nós próprios. ao início, quando o amor ainda não tinha compromisso, era leve e solto, intenso. agora a falta de confiança deitou tudo a baixo. mas tenho a certeza que nada acabou. ainda tenho muito para te dar e sei que ainda vais aprender muito comigo. tal como vou aprendendo contigo, também. ajudas-me a aprender a gostar de mim, ajudas a tentar melhorar a minha auto-estima. e ajudas-me bastante. 
às vezes tenho muitas saudades tuas, juro. espero que voltes. a nossa telepatia sempre ficou e sinceramente  se algum dia o que temos acabar, a telepatia fica. por mais ínfima, por mais apagada, por mais sozinha. eu sei. portanto volta. saíste de casa mas deixaste tudo ficar, deixaste tudo de ti. agora falta a presença, o calor, a confiança. ainda vens a tempo

9.11.10

dia 18

S - Saudade



estás sempre comigo. percorres cada traço da minha alma e do meu corpo, enches-me o coração dia após dia. a verdade é que é impossível já não existires na minha casa. fazes com que a falta, a nostalgia e a ansiedade se façam sentir. és como um pôr-do-sol inacabado, algo que ficou por dizer. estás em cada abraço, em cada mão que se estende para anunciar a partida. acabas no regresso, começas no fim. estás numa lágrima comprida e cheia de sentimento, num sorriso breve e inocente, no olhar que se estende, com vontade de dizer algo mais. em olhares que se cruzam com um desejo consciente. infinito. estás no encanto dos primeiros dias e na tristeza dos últimos, que passam devagar. também tu fazes parte de mim e era impossível não te escrever

8.11.10

dia 17







chamem-me coração mole, mas a verdade é que não dá para simplesmente esquecer-te e arrumar-te num baú, com todas as velhas recordações. sei que a felicidade muitas vezes não nos é bem vinda, sei que o respeito passa muito ao de leve. às vezes arrumo as malas e fecho-te a porta na cara. decido que nunca mais vou voltar. mas depois o coração fraqueja, mais uma vez. é complicado, mas quem corre por gosto não cansa e enquanto eu ainda tiver força, sabes bem que vou lutar, aconteça o que acontecer. simplesmente o que se retrata agora é um desgaste de toda a acumulação. de tudo que engoli, de tudo que guardei. oh, tu sabes tão bem o quanto te amo. eu sei que sabes, mas a tua capacidade de oratória é tão grande que me deixo cair nas tuas palavras, essas que me chicoteiam a alma e me deixam em ferida. não tens noção do estado em que me deixas, tantas e tantas vezes. estou cansada. quero-te a ti, a quem eras, a quem foste, um dia. quero para sempre o teu carinho, aquele que eu sei tão bem que também me queres dar. quero o teu afecto, o teu quentinho, o teu abraço. és um tudo na minha vida, o tudo da minha vida. sabes que estarei eternamente a teu lado, doa a quem doer. podem as coisas mudarem de rumo, pode o caminho trair o nosso coração, mas terás sempre a minha presença, a minha mão, o meu apoio. já não é necessário dizer mais nada, eu sei que tu o sentes. como desde o início. amo-te

7.11.10

dia 16

Q - Querer 














apesar de tudo, apesar desta mágoa e desta dor, não dá para ficar impune ao sentimento que sinto por ti

dia 15

P - Pai


já não é com certeza a primeira e não será a última vez que te escrevo. dói-me um pouco a maneira rude com que tratas as coisas, a tua falta de sensibilidade ao ponto de nem conseguires dar-me um abraço. tenho saudades tuas, do que já foste, do que já conseguiste mostrar-me. sofro com a dor, mas nutro um enorme orgulho por ti, pela tua força, pelo teu esforço, pela tua coragem em enfrentares tudo para me dares o melhor que podes. mas os bens materiais nem sempre são tudo. e o carinho? faz-me tanta falta isso! queria tanto poder ter uma conversa contigo, calma e sossegada. queria contar-te o que se passa comigo e dizer-te os meus sonhos, os meus medos, as minhas vivências. amo-te, amo-te muito, serás sempre o grande homem da minha vida, com todos os teus defeitos e virtudes. eu também sei que para ti serei sempre a tua pequenina, eu sei disso. podes não o demonstrar da mesma maneira, podes andar distante, a leste, cada vez mais, mas por muito mais que me faças sofrer por causa disso, eu sinto. eu sinto que estarás sempre comigo. por vezes é quase impossível esquecer a raiva, o rancor, acredita. mas o amor fala sempre mais alto. amo-te, a ti devo a vida. 

dia 14

O - Obsessão 


























abre os olhos e percebe que nem tudo é como queres. estou farta

4.11.10

dia 13

N - Nevoeiro
o céu cerrado, o aroma suave, as luzes que se fecham e se perdem, a incerteza, a quebra, a nostalgia, a quietude 

dia 12

M - Mar




anseio em escrever para ti. sei que és um eterno embalar de histórias, um contraste entre o sol e a lua, o céu e a terra. perco-me nas tuas águas sempre tão acolhedoras. mostras-te zangado e vejo o meu reflexo em ti, em dias de nevoeiro cerrado onde explodes a céu aberto sem dó nem piedade.
mas também me apaziguas, me acalmas, me reconfortas. em ti encontro a paz, a serenidade, o sonho. esqueço a rotina, os mal-dizeres, a mentira. atiro-me sem medo, para as tuas águas sempre tão geladas. mas sabes que mais? sinto-me em casa. 
adoro o teu sossego às vezes tão fugaz, que se faz transparecer na minha alma, no teu vai-e-vem tão próprio. tenho saudades tuas e dos momentos felizes a que assististe.e fizeste parte. recordo as aventuras e todos os pedaços que espalhamos. tens um papel muito importante na minha vida, ajudas-me a reflectir e a acreditar que vale sempre a pena, com essa tua transparência característica. sinto que há um bocadinho de ti que me pertence; serás sempre uma eterna viagem sem regresso a casa, uma vontade constante, um labirinto nostálgico, um baloiço de algas, uma brisa que corre, suave, leve, sempre leve. 
agora deixo a saudade exposta na areia, que se prende a um beijo salgado, a um pôr-do-sol, a uma melancolia quase saudável, a um adeus breve, sentido, natural. vais e voltas como de costume, sempre fiel aos teus princípios

2.11.10

dia 11

L - Lágrimas



são vocês as minhas companheiras de dias, companhias rotineiras que me invadem o rosto cansado e esgotado da dor. surpreendem-me nas piores e nas melhores horas e embora estejam comigo quando a alma não pode mais que grita ajudas por aí, estão também nos melhores momentos, onde sou levada ao topo e vejo tudo do céu. ajudam-me a deixar entrar a calma mas também me levam ao desespero, quando a incompreensão e a injúria me rodeiam. ultimamente vocês não me têm largado, pois não? insistem em permanecer comigo, agarram toda a dor que tenho guardada e consomem-na, esgotam-na. do mal o menos. ajudam a deitar tudo cá para fora, de forma a deixar entrar apenas as energias positivas e as boas vibrações. 
estão presentes quando a nostalgia me abraça em dias de nevoeiro ou num pôr-do-sol saudoso. estão presentes nas noites de luar que se preenchem de magia e me fazem buscar de novo a esperança. estão presentes na fúria e na injustiça que o meu olhar transborda. estão presentes em tudo que acho negativo. mas estão também quando me enchem o coração, quando me dirigem uma palavra sentido, uma frase forte e me marcam o coração. 
queira ou não, estarão sempre no meu caminho, no meu dia-a-dia; por mais que me custe ter de conviver com vocês (quase) todos os dias e de nunca ter tempo sequer de ter saudades não vos imagino longe do meu caminho. ajudam-me a expulsar tudo de negativo que em mim se instala. do mal o menos

1.11.10

dia 10

J - Justiça



basta ver os olhos desta criança para perceber onde está a justiça (ou a falta dela)
não aguento. não sei como és capaz. nunca fui tão magoada, tão humilhada como hoje. neste momento consegues fazer com que eu te odeie. desculpa