4.11.10

dia 12

M - Mar




anseio em escrever para ti. sei que és um eterno embalar de histórias, um contraste entre o sol e a lua, o céu e a terra. perco-me nas tuas águas sempre tão acolhedoras. mostras-te zangado e vejo o meu reflexo em ti, em dias de nevoeiro cerrado onde explodes a céu aberto sem dó nem piedade.
mas também me apaziguas, me acalmas, me reconfortas. em ti encontro a paz, a serenidade, o sonho. esqueço a rotina, os mal-dizeres, a mentira. atiro-me sem medo, para as tuas águas sempre tão geladas. mas sabes que mais? sinto-me em casa. 
adoro o teu sossego às vezes tão fugaz, que se faz transparecer na minha alma, no teu vai-e-vem tão próprio. tenho saudades tuas e dos momentos felizes a que assististe.e fizeste parte. recordo as aventuras e todos os pedaços que espalhamos. tens um papel muito importante na minha vida, ajudas-me a reflectir e a acreditar que vale sempre a pena, com essa tua transparência característica. sinto que há um bocadinho de ti que me pertence; serás sempre uma eterna viagem sem regresso a casa, uma vontade constante, um labirinto nostálgico, um baloiço de algas, uma brisa que corre, suave, leve, sempre leve. 
agora deixo a saudade exposta na areia, que se prende a um beijo salgado, a um pôr-do-sol, a uma melancolia quase saudável, a um adeus breve, sentido, natural. vais e voltas como de costume, sempre fiel aos teus princípios

2 comentários:

jo disse...

este texto está muito teu <3

Sara Martins disse...

maravilhoso Sara